Há cada vez mais professores em greve por todo o país, garante sindicato | Educação | PÚBLICO (publico.pt)
“Não aceitamos que nos atropelem mais.” O desabafo é de uma professora da Escola Secundária de Alpendurada, Estela Freitas, que cumpre nesta quarta-feira o seu quarto dia de greve, em conjunto com muitos dos docentes do agrupamento situado no concelho de Marco de Canaveses.Em declarações ao jornal regional A Verdade, a mesma professora, que lecciona há já 35 anos, acrescenta outros “nãos” para justificar o protesto: “Não à municipalização da educação, não ao travão na progressão do escalão e da carreira, não à falta de dignidade com que nos tratam.”
Numa folha A4 afixada num cartão está patente uma interrogação dirigida aos pais: “Se o seu filho reprovasse por não haver vagas na turma do ano seguinte, ficaria quieto?” É uma alusão ao que se passa com os professores que têm de esperar por vagas, abertas pelo Governo, para aceder ao 5.º e 7.º escalões da carreira, mesmo que já tenham todos os requisitos legais para progredir.
Esta greve por tempo indeterminado, que se iniciou a 9 de Dezembro, foi convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (Stop) após o Ministério da Educação (ME) ter apresentado às estruturas sindicais propostas no sentido de se criarem procedimentos municipais de colocação de professores, que passariam por a sua distribuição por escolas ser feita por conselhos locais de directores, em função dos perfis dos docentes.
Num vídeo divulgado nesta terça-feira, o dirigente do Stop André Pestana deu conta de que “a greve está em crescendo” e que assim continuará até sábado, dia em que será realizada uma manifestação e plenário de professores em Lisboa para debater o futuro desta acção. Pestana indicou ainda que a mobilização tem sido particularmente forte nas regiões do Grande Porto, Grande Lisboa e Algarve.
Os grupos de professores nas redes sociais estão inundados de fotografias das concentrações e cordões humanos organizados pelos professores frente às suas escolas. Acções que também estão a ser seguidas de perto pela imprensa regional. Segundo informações veiculadas pelo portal de notícias Sul Informação, existem professores em greve “um pouco por todo o Algarve”. Nesta quarta-feira foi a vez de os docentes da Escola Básica 2,3 São Pedro do Mar, de Quarteira, e das Escolas EB1 dos Caliços e Básica e Secundária de Albufeira se juntarem à paralisação.
Num email enviado ao PÚBLICO, um professor do Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo, em Portimão, relata que nesta unidade orgânica há docentes em greve desde o dia 9 de Dezembro. “A adesão nas três escolas do agrupamento tem sido grande”, acrescenta.
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