Um novo tema aqui no nosso blog, neste espaço iremos entrevistar várias pessoas que contemplam a área da educação.
Nesta primeira entrevista decidimos entrevista a professora mais famosa de Portugal. Esta professora faz-nos rir todos os dias com os seus desenhos humorísticos. Hoje a nossa entrevistada é a autora da pagina Txitxa's Life.
Agradecemos desde já à Sra. Professora por aceitar esta entrevista. Obrigado!! 🥰
Esperemos que gostem deste novo espaço. Fica a entrevista.
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- A pergunta que todos os seus fãs e os mais curiosos fazem… para quando uma “face reveal”?
Nunca houve plano disso. Para ser sincera, ser anónima é algo de que gosto. A txitxa que desenho tem coisas minhas, mas personifica todos os que vivem aquelas situações caricatas do dia a dia, logo é um bocadinho da professora Adelina de Físico química, que dá aulas em Freixo de Espada à Cinta, mas também do professor José Júlio, coordenador dos EFA em Sarilhos Grandes. Se, por acaso, chegarmos aos 100 mil seguidores e me oferecerem uma bimby, 5 caixas de vinho Ermelinda Freitas e um ipad pro, posso considerar 😏
- De onde veio a inspiração para começar este projeto?
A inspiração veio das vivências. Eu e todos os professores temos histórias do dia a dia que contadas ninguém acredita. Mas são reais.
Comecei a desenhar nos intervalos das aulas, numa das muitas escolas por onde passei. Nunca pensei nisto como um "projeto", ou uma coisa muito séria. Comecei a fazê-lo porque me divertia. Com alguns desenhos dava (e ainda dou!) por mim a rir sozinha. Criei uma conta no Facebook e comecei a partilha-los. Apaixonei-me pela parte criativa da coisa. Pouco tempo depois de iniciar os desenhos, parti o pé, e tive de ficar em casa. Nessa altura, aborrecida, comecei a desenhar diariamente e a postar no Facebook e no instagram. Os meus amigos começaram a partilhar e, sem perceber muito bem como, os meus desenhos começaram a aparecer por aí, e os professores começaram a "reconhecer-se" na minha personagem.
- E os nomes… de onde veio a inspiração e tanta imaginação para os nomes dos personagens dos seus desenhos humorísticos, por exemplo “Benjamim Acácio”, “Cremilde Sónia”, entre muitos outros nomes engraçados.
A-do-ro nomes fora do comum. Já há muita Matilde, Mariana, Santiago e Martim. E os Júlios? Os Xerxes? Pois. Espero que os nomes que vou buscar debaixo das pedras sirvam para dar ideias e renovar os nomes das novas gerações. Para além disso não quero melindrar ninguém. Raramente uso nomes de alunos que tenha, e, se usar, misturo-os sempre com outro nome improvável. Baltazar Fernando e Ofélia Josete para mim são tão bons como João Pedro ou Maria Inês.
- O que lhe mais apaixona na sua profissão (Professora)?
O que mais gosto é de dar aulas. O que mais detesto é "encher chouriços". Detesto papéis, Grelhas de Grelhas, evidências e afins. A minha paixão é aprender e perceber como ensinar de acordo com a forma como os miúdos aprendem nos dias de hoje. Adoro quando tenho uma aula planeada e surge algo com que tenho de lidar sem ter previsto. Como se estivesse a fazer malabarismo com 3 bolas e me atirassem mais 9. Não falo com isto de indisciplina. Os alunos deviam trazer a educação já preparadinha de casa. Isso ajudava bastante... Gosto da relação que é necessário criar com os alunos para que eles se disponibilizem a aprender. Penso que as 5 semanas que deram este ano para "recuperar aprendizagens" deviam ter sido para criar um laço emocional com os alunos. Só se aprende quando se quer aprender e por isso devíamos focar-nos mais nas relações pessoais. O resto seria bem mais simples.
Gosto também que a profissão me permita ser criativa. Seria muito infeliz se tivesse um trabalho para o qual tivesse que me arrastar. O maior segredo que tive a sorte de descobrir foi que se fizermos aquilo que gostamos, não trabalhamos um dia na vida. E eu adoro o que faço. (menos papelada. Contratem mais donas Aldonças, por favor)
- As situações que retrata nos seus desenhos já alguma vez aconteceram?
Claro que sim! Umas tal e qual, outras desenhadas ao extremo do disparate, para se perceber realmente quão disparatadas são. Claro que muitas vezes, na vida real, até pode nem ter muita graça... Mas se olharmos pelo prisma certo, quase tudo pode ser convertido em gargalhadas.
- Na publicação nº 1500 mostrou-nos a equipa que a ajuda na parte logística e em ‘muitas coisas maçadoras’, quais as palavras que lhes gostaria de dar neste momento?
A equipa tem sido excelente. São amigas minhas que acreditaram neste meu projeto e eu decidi abrir-lhes as portas. Agradeço-lhes imenso por me terem feito crer que isto podia ser mais que uns rabiscos nas redes sociais. Elas compuseram a loja e são quem faz mexer toda essa parte. Por vezes dão-me também ideias, apesar de apenas uma dela ser "txitxa". Vao continuar a ajudar-me em projetos que, no futuro, irão ser lançados. As palavras que lhes quero deixar? Para além do óbvio "brrigadinha, migãs" e "migas, bora pá água, bora saltar todas juntas! “pode ser "sushi, se faz favor."
- Neste momento tem 33 mil seguidores na sua página Facebook, quando iniciou este projeto, em 2018, pensava alcançar tantas pessoas?
Nunca! Comecei a desenhar para mim, como terapia do dia a dia. Tal como as pessoas que escrevem no diário. Só que o meu diário eram as redes e as minhas palavras, rabiscos mal amanhados.
- Uma mensagem para todos os seus seguidores.
#força #nóssomosmuitobons #elesnãosabemasortequetêm #riamriamdepoischoram
- Ainda este ano irá haver mais novidades na sua loja (https://www.txitxaslife.com/)?
Claro! Neste e no próximo! Ideias e projetos não faltam, na loja, e fora dela, mas temos que ir fazendo com calma, para sair tudo bem. Claro que por vezes baixa uma megalomania, mas a equipa está mesmo aqui para dizer "Sh.. Sh.. NÃO INVENTES!" e fica tudo bem.
- Se tivesse oportunidade, criava uma loja física com os produtos já existentes na sua loja?
Sim e não. Eu gosto da parte das ideias e dos desenhos e não quero descurar disso. Adoro dar aulas e já sinto como automático viver uma situação e o meu cérebro imaginar logo uns traços a ilustrar aquilo. Não me vejo a fazer outra coisa. Mas consigo imaginar o o merchandising da txitxa à venda em algumas lojas que já existem. Até consigo magicar algumas parcerias... Com empresas de coisas essenciais para a profissão de professor: empresas de material escolar, editoras e... Adegas!
- Já alguma vez pensou em criar um livro com os desenhos que faz, por exemplo contar as histórias por trás dos desenhos.
Já pensei em criar um livro, sim 😏
- De onde vem o humor que coloca nos seus desenhos e que alegram milhares de pessoas todos os dias?
Para ser o mais honesta possível, penso que é mesmo parvoíce inata. Gosto de rir e tenho a tendência para querer olhar para as coisas da melhor forma possível, que é com humor.
Sempre fui uma aluna palerminha, daquelas que diziam gracinhas na sala de aula, portanto estive dos dois lados da "guerra". Acho que para se poder entender os alunos, tem que haver empatia, pormo-nos no seu lugar, e fazê-los a eles perceber o conceito. Mesmo que não nos ouçam das primeiras 10 vezes, alguma coisa há-de ficar.
#txitxaslife #fiquememcasa #somososmaiores
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