O presidente do Instituto de Avaliação Educativa (Iave), Luís Pereira dos Santos, reconhece que o modelo usado nos exames nacionais do ensino secundário no último ano lectivo contribuiu para que fossem dadas notas “demasiado elevadas”. As provas deste ano vão manter a mesma solução, com grupos de questões opcionais. Para evitar uma situação semelhante, haverá mexidas no grau de dificuldade das perguntas que vão ser feitas.
Ao contrário do que aconteceu no ano passado, as avaliações externas deste ano letivo são feitas de raiz a pensar neste sistema em que há perguntas de resposta opcional. O modelo vai manter-se nos exames nacionais do ensino secundário e será estendido às provas finais de 9.º ano, em que apenas são avaliadas as disciplinas de Matemática e Português. Apesar de terem sido dadas notas “demasiado elevadas” nos exames do ano passado, o presidente do Iave entende que a solução encontrada “resultou” e concorda com a sua manutenção neste ano lectivo.
Sendo as provas pensadas de raiz para este modelo, o Iave pode encontrar outras soluções, que no ano passado não eram possíveis, uma vez que as provas estavam já numa fase adiantada de preparação no momento em que as aulas foram suspensas e o Governo determinou que os exames tivessem regras especiais. “As coisas têm que ser um bocadinho mais equilibradas e temos essa preocupação este ano, para que os efeitos sejam mitigados”, acrescenta Pereira dos Santos.
O Iave está a trabalhar em soluções que passam, por exemplo, por garantir que as perguntas que são apresentadas em alternativa têm um grau de dificuldade e complexidade semelhante. A intenção é evitar o que aconteceu no ano passado: as perguntas mais difíceis quase não tiveram impacto nas classificações, ou porque os estudantes simplesmente não responderam ou porque, por terem tido piores resultados, foram excluídas da contabilidade final, devido às regras especiais implementadas. As mudanças devem também atingir os grupos de resposta obrigatória.
No ano passado, os enunciados tinham um conjunto de questões obrigatórias e outras que eram opcionais. Os alunos podiam assim escolher não responder às matérias que não tivessem trabalhado em sala de aula por causa da suspensão das atividades presenciais entre o fi nal do 2.º período e as primeiras semanas do 3.º período.
Fonte: Publico
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Educação
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